Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO
Comunicado da Pró-OCE Nº 06 Janeiro de 2012
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Rechaçar toda retaliação feita pelo governo CID GOMES/PSB aos professores efetivos ou temporários
Retorno imediato do camarada Macarrão ao seu posto de trabalho
DA QUEDA DA ADIN A TENTATIVA DE UNIDADE FRUSTRADA PELA APEOC
Após a queda da ADIN no começo do ano, os professores do Município de Fortaleza não iniciaram o ano letivo dando inicio a greve pela implementação do piso nacional. No começo de junho foram duramente agredidos pela Guarda Municipal de Luizianne Lins/PT e Acrísio Sena/PT durante uma manifestação realizada na Câmara Municipal. Simultaneamente, na tentativa de fortalecer a luta pela educação chamavam a unidade com os professores do estado, unidade esta que foi barrada pela direção da APEOC nas assembleias de Junho de 2011.
Após o fim da greve do município, na assembleia de 01/08, foi aprovado a greve dos professores do estado, greve esta que demorou para radicalizar devido o controle que a direção sindical/PT tinha no comando de greve. Este só foi conquistar certa autonomia à direção nos fins de agosto após a criação da Rede de Zonais, rede que congregava os zonais e organizava as propostas a serem levadas ao comando de greve e disputava com as demais burocracias sindicais como O Trabalho/PT, CSP-CONLUTAS e a direção da APEOC/PT/PCdoB os rumos do nosso movimento.
A NECESSIDADE DA RADICALIZAÇÃO E A QUINTA FEIRA SANGRENTA
No dia 28/09 durante uma manifestação de mais de quatro mil pessoas, recebemos a informação de que os deputados votariam um projeto de lei que destruiria nosso PCC. Nos dirigimos para a Assembleia Legislativa e lá acampamos, garantimos refeições e por lá dormimos. Tudo ocorreu planejado pela Rede de Zonais que teve de levar as já citadas burocracias sind
icais “nas costas”.

O dia 29/09 ficou conhecido como “quinta feira sangrenta” pois as 9h os professores que acordaram na Assembleia Legislativa descobriram que estaria sendo votado um projeto de lei que “apartaria” o PCC fazendo com que todos os benefícios que viriam com a implantação da lei do piso nacional do magistério, não chegassem para a maioria da categoria, os graduados, beneficiando apenas os pouco mais de 300 professores que tem apenas o nível médio, acabando com a possibilidade de valorização da carreira. Foram sete horas de confronto intenso onde professores foram duramente agredidos, alguns foram hospitalizados, mas que demonstrou para a sociedade que toda luta deve ter como ingrediente a combatividade.
No dia 07/10 a direção da APEOC suspendeu a greve com uma votação fraudulenta e com o apoio da CSP-CONLUTAS que também defendeu a suspensão da greve deixando a categoria desarmada.
No dia 11/11, após algumas “negociações” com o governo que pouco avançaram, a APEOC manobrou o comando de greve e o colocou para defender sua proposta assassinando a possibilidade de retomada da greve naquele momento.
Neste período os zonais continuaram ocorrendo no sentido de dar organicidade pela base para uma possível nova greve. Nós da Pró-OCE fomos ao interior para intervir nas plenárias convocadas pela APEOC e percebemos como esta se apresenta no interior, forjando um sentimento de derrota e de desgaste das oposições.
Na assembleia do dia 25/11 a luta sofreu um duro golpe com a vinda de professores do interior(em sua hegemonia, temporários) com o indicativo de votarem contra a greve. Para garantir o “voto de cabresto” vieram juntos representantes das CREDES e alguns gestores lambe botas do governo. Acreditamos que a direção da APEOC tenha apoiado de alguma forma a vinda de professores bem como o assédio moral que estes sofreram para votarem contra si próprios.
CONTRA AS RETALiAÇÕES AOS PROFESSORES COMBATIVOS, EFETIVOS OU TEMPORÁRIOS
Após o período de lutas em 2011, vieram retaliações por parte do governo aos professores mais combativos. O caso mais emblemático foi na EEFM Otávio Terceiro de Farias onde estudantes e professores, numa prova de unidade, derrubaram todo o núcleo gestor anti democrático que tentava retaliar os combativos estudantes e professores pró-greve. O professor Arivalton, simbolo da nossa greve devido a agressão sofrida na quinta-feira sangrenta, perdeu 100h na sua escola (EEFM 2 de Maio).
Recentemente o professor Macarrão, após sua aula na manhã do dia 06/01, foi informado pelo núcleo gestor da EEFM Estado do Pará, que no dia anterior havia ocorrido uma reunião na SEDUC onde a superintendente. informou ao núcleo gestor que o queria demitido naquele mesmo dia. O núcleo intercedeu, garantindo sua permanência até o dia 10/02. A justificativa dada foi o fato do professor ter participado de manifestações estudantis no EEFM José de Alencar e no EEFM 2 de Maio e ser um “perigoso agitador”.
Este tipo de retaliação já é algo esperado, ainda mais para um professor de contrato temporário.
Pelo fato de não haver nenhuma justificativa plausível para sua demissão, entendemos a demissão do camarada como PERSEGUIÇÃO POLITICA e exigimos o retorno do professor ao seu posto de trabalho.
O professor Macarrão é temporário, e na rede estadual, o professor temporário não tem nenhum direito assegurado. Assina o contrato sem ter acesso a nenhuma via do mesmo, não tem carteira assinada, não tem direito ao vale refeição, tampouco direito de sindicalização. Entendemos que o professor temporário executa o mesmo serviço que o efetivo, assim, por ter os mesmos deveres deve ter os mesmos direitos.
Neste pós greve temos o agravante que o governo Cid Gomes/PSB quer colocar o professor temporário que fez greve para trabalhar sem salário. Entendemos que a greve foi uma necessidade do trabalhador em educação de parar suas aulas por falta de condições de trabalho, assim o único culpado da greve do estado foi Cid Gomes/PSB que agora quer penalizar os temporários.
ATUAIS DESAFIOS
Nossa greve mostrou o caminho pois apenas com combatividade alcançaremos nossos objetivos. A disposição de combatividade se materializou no acampamento na Assembleia Legislativa no dia 28/09 e na quinta feira sangrenta onde por mais de 7 horas, os professores encararam a tropa de choque (cães de guarda) de Cid Gomes/PSB no confronto que deu visibilidade internacional para nossa luta em defesa da educação pública.
No entanto a luta ainda não acabou. Cabe a nós lutarmos em defesa dos professores que estão sofrendo perseguição como é o caso do Prof. Arivalton e do Prof. Macarrão criando assim nossa unidade de classe, pois “mexer com um é mexer com todos”!
O QUE É A PRÓ-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO:
A Pró-OCE pretende se constituir como uma tendência política e combativa na educação. Para continuar a luta durante e após a greve, dando organicidade as nossas demandas econômicas e políticas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo os vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve.
Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legítimos espaços de luta como os zonais e a Rede de Zonais. E acima de tudo, uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado.
Convidamos todos os professores, em especial os temporários para um debate da Pró Oposição Combativa na Educação[OCE] sobre a condição do professor temporário e as tarefas para a luta em defesa do seu salário.
Convidamos todos os professores, em especial os temporários para um debate da Pró Oposição Combativa na Educação[OCE] sobre a condição do professor temporário e as tarefas para a luta em defesa do seu salário durante a reposição da greve.
Debate sobre a condição de trabalho do professor temporário: Dia 14/10 as 15h no CH da UECE, Av. Luciano Carneiro, ao lado do 23º BC.
Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários!
Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Piso!
Todo poder aos Zonais!
Criar o fundo de greve!
Construir o congresso de professores do Ceará!
Contra o PNE neoliberal de Dilma/PT!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal!
Construir uma Oposição Combativa na Educação!
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