sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Balanço da greve e da atual conjuntura da Educação no Ceará; Sábado 29/10

 
 
A Pró-OCE pretende se constituir como uma tendência politica e combativa na educação. Para continuar a luta durante e após a greve, dando organicidade as nossas demandas econômicas e politicas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve.

Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legitimos espaços de luta como os zonais e a Rede de Zonais. E acima de tudo, uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado.

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Pioso!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias aos professores!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal!
Construir uma oposição combativa na educação!


Balanço da greve e atual conjuntura da educação no Ceará
Próximo encontro dia 29/10 as 9h na Faculdade de Educação-UFC, sala 14
Av 13 de maio com Av Marechal Deodoro.

Comunicado nº 05





Pró-OPOSIÇÃO combativa na educação
Comunicado da Pró-OCE Nº 05 outubro de 2011
www.oposicaocombativa.blogspot.com / oposicaoeducacaoce@gmail.com


Organizar pela base os trabalhadores do magistério estadual e lutar em defesa da educação


No dia 07/10/11 a diretoria da APEOC assassinou a greve do magistério estadual que já durava 63 dias após uma apuração de votos fraudulenta que inviabilizou a apuração dos votos, impedindo que se descobrisse qual tese teve maior adesão da categoria. A CSP-CONLUTAS cumpriu um papel no golpe pois foi ao microfone não só defender a suspensão da greve, mas fez coro com a direção CUTista e PT ista da APEOC ao afirmar que eram os pequenos grupos que queriam a greve a todo custo, como se esta categoria não tivesse poder de discernimento, e não deseja-se a continuidade da greve.
Mesmo após a suspensão, a base permaneceu organizada e tentando manter a mobilização, apesar da desorganização ditada pela diretoria da APEOC que colocou quem quis para as negociações com o governo sem que fossem eleitos nos espaços deliberativos da categoria, desmobilizou os espaços de organização da luta como o comando de greve e apenas após muita cobrança organizou um comando de mobilização.
O dia 15/10 foi sintomático pois fora organizado pelo zonal da II Região e mostrou o total rechaço a essa diretoria, que caiu de para quedas e queria acabar com a manifestação no meio da Av. Beira Mar. Porem a base empurrou-a para permanecer na manifestação a reboque da base.

Desafios
O rechaço a diretoria da APEOC não é suficiente para atingirmos nossas demandas imediatas que é o Piso aplicado na atual carreira. Pois nesse momento em que foi dado os 30 dias ao governo, cabe a nós exigir do sindicato que organize plenárias semanais para avaliar a mobilização e a negociação, e que caso a negociação não avance (e não acreditamos que ela possa avançar sem greve), que no dia 11/11/11 votemos pelo inicio de uma nova greve com a eleição pela base de um comando de greve que possa encaminhar a greve politicamente e não ficar a mercê do peleguismo/oportunismo agudo da APEOC-CUT ou da CSP-CONLUTAS.
Infelizmente a APEOC afirma que o comando de greve é submisso a diretoria, assim é necessário que os zonais e regionais possam se organizar sem a direção do sindicato que sempre tenta tumultuar ou implodir as reuniões para desmobilizar a categoria. Assim faz-se necessário a manutenção e fortalecimento da REDE DE ZONAIS, espaço da base onde podemos encaminhar nossa luta e arrastar o sindicato nas nossas costas como fizemos durante o mês de setembro inteiro.

A campanha que nada resolve: dos 10% do PIB para a educação
Desde que o Governo Dilma apresentou esse Plano Nacional de Educação (não muito diferente do que foi apresentado na CONAE). Muito debate foi gerado. O fato é que esse plano defende a privatização e a precarização da educação em todos os níveis e modalidades, desde a educação básica, passando pelo ensino superior até a educação de Jovens e Adultos.
Privatização/precarização da educação é o que defende esse PNE de Dilma/PT. Além de defender uma educação tecnicista (e não tecnológica) com parcerias com o Sistema S (Sesc, Senai, Sesi) em modalidades e níveis distintos, voltada para o mercado, sem preocupação com uma base propedêutica ou com uma educação que atenda as necessidades do povo.
Setores do Governo como Cut, Une, Ubes, CNTE, para mascarar o seu apoio ao PNE neoliberal de Dilma, propõe uma reformulação, que o PIB para educação possa passar a 10%. Mas aumentar o PIB nesse PNE vai significar somente apoio à educação privada e a um modelo de educação tecnicista.
Infelizmente a política recuada e reformista não vem apenas do PT e da ala governista, mas também  PSOL e PSTU que reproduzem  a bandeira Governista de 10% do PIB para educação ao invés de combater centralmente essa política neoliberal, acaba por reforça-la. Por isso são para-governistas, pois a pesar de não comporem organicamente o governo, reproduzem as bandeiras do Governo e acabam por muitas vezes por fazer papel de Governo, como temos notado no decorrer dessa greve.
Encabeçaram dessa forma a campanha do plebiscito dos 10% do PIB para a educação fazendo assim o jogo do governismo que espera que tiremos o foco dos 20 pontos compostos no PNE neoliberal proposto pelo ministro Haddad.
Não somos contra mais investimentos para a educação, mas não acreditamos que apenas ampliando o PIB para a educação vamos ter melhoria no ensino público. Para nós o central é o debate e rechaço ao PNE neoliberal, pois somente uma educação publica voltada aos interesses do povo e não do mercado nos interessa.

Encarar a ilegalidade e lutar pelo direito de greve construindo a greve geral na educação
A justiça burguesa que decreta greves ilegais e obriga trabalhadores do Brasil inteiro a voltarem aos seus postos de trabalho, faz isso porque a estrutura sindical do Brasil propicia isso. A unicidade sindical afirma que na mesma base territorial não pode haver dois sindicatos representando a mesma categoria. É por isso que APEOC e SINDIUTE tanto se digladiam. Outro ponto importante é a autonomia sindical que é praticamente inexistente, principalmente após o fenômeno da carta sindical e “legalização” das Centrais sindicais.
Devemos saber que nossa greve, se for combativa como foi, novamente será dada como ilegal pela justiça, não porque não é legitima, mas porque nossos interesses vão de encontro aos interesses dos governos federal, estadual e municipal que é a precarização da educação.
 Apesar de no Brasil os sindicatos serem ramos subalternos do poder do Estado, tendo em vista que os sindicatos nem independência financeira possuem por conta do imposto sindical, esse movimento é contraditório. Pois em vários momentos, os trabalhadores organizados superaram a lei como quando os companheiros do Critica Radical, quando ainda acreditavam na luta sindical, formaram o Sindiute, mesmo tendo um mesmo ramo/segmento trabalhista em uma  base territorial igual, o que segundo as leis sindicais é ilegal. Mas nossa greve também foi ilegal e nem por isso desmobilizou nosso movimento. Esses dois exemplos, tão próximos e concretos de nossa realidade, são a prova cabal que com organização e luta é possível derrotar os mecanismos de controle sindical/organizacional que o Estado Burguês hoje impõe aos trabalhadores, na própria luta cotidiana de uma categoria organizada e combativa.
Nosso desafio é permanecer na greve mesmo após a ilegalidade, pois essa é quase previsível, e potencializando os instrumentos de luta estudantis para que não estejamos sós nessa batalha, organizando assim o embrião da greve geral na educação. A justiça é burguesa. Assim como fizemos no mês de setembro, devemos encarar a justiça e informar que ela nada tem que se intrometer nos assuntos trabalhistas em defesa dos patrões.
Precisamos também exigir e organizar um Congresso estadual do Magistério que possa discutir os rumos da educação no Brasil e tirar diretrizes de luta, bem como debater e encaminhar mudanças no estatuto do sindicato APEOC para que se torne mais democrático e propicie a participação da base.

O que é a Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO:
A Pró-OCE pretende se constituir como uma tendência política e combativa na educação. Para continuar a luta durante e após a greve, dando organicidade as nossas demandas econômicas e políticas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo os vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve.
Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legítimos espaços de luta como os zonais e a Rede de Zonais. E acima de tudo, uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado.

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Piso!
Todo poder aos Zonais!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal;
Construir uma Oposição Combativa na Educação!

Balanço da greve e atual conjuntura da educação no Ceará
Próximo encontro dia 29/10 as 9h na Faculdade de Educação-UFC (Benfica).
Av. 13 de maio com Av. Marechal Deodoro.

domingo, 16 de outubro de 2011

Comunicado nº 4 - Lutar com unhas e dentes em defesa da carreira e da educação


Professores e estudantes tentam ocupar plenário da Assembléia Legislativa do Ceará


Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO 

A semana passada foi marcada por uma ampla organização dos zonais para a ocupação da Assembleia Legislativa na manifestação do dia 28/09, e dessa vez a ocupação se concretizou. A manifestação que estava marcada para o Palácio da Abolição foi direcionada para a sede do legislativo, pois chegou a informação do envio da mensagem que dividiria a tabela da categoria em duas.

O que de início era para ser uma ocupação se transformou em um acampamento. Uma ocupação se caracteriza pela paralisação das atividades do órgão público, o que de fato não aconteceu. Assim, aparentava mais uma vigília para tentar impedir a votação do projeto. Neste mesmo dia a mensagem foi apresentada para ser votada em regime de urgência.

Fomos todos à Assembleia Legislativa iniciar a ocupação do prédio. A ocupação havia sido encaminhada na Rede de Zonais, bem como a greve de fome, que mesmo chamando a atenção da mídia, não se configurou como uma ofensiva direta ao governo. Outros instrumentos de pressão são mais efetivos na luta, métodos mais ofensivos de ação direta garantiriam um maior protagonismo dos professores na luta, como a ocupação de fato. Tendências para-governistas e governistas do movimento como a CSP-Conlutas e O Trabalho/PT foram contra o acampamento no Hall da Assembleia e não construíram, apesar de participarem.

Porém no dia seguinte, menos de 24h após a chegada da mensagem, ela já estava tramitando pelas comissões e as 9hs seria apresentada e votada. Assim os zonais se reuniram e decidiram entrar no Plenário para ocupá-lo. Professores foram duramente agredidos, e presos durante as sete horas de tensão e enfrentamentos consecutivos. Apesar disso a mensagem foi aprovada pelos lacaios (PT/PDT/PSB/PCdoB/PMDB) do governador Cid Gomes/PSB. A ocupação foi mantida apesar da presença da tropa de choque e desocupada na manhã do dia 02, assim como a greve de fome teve fim.

Numa prova de solidariedade, muitas escolas que estavam funcionando pararam aderindo novamente ao movimento grevista, além da repercussão nacional que desgastou a imagem do oligarca Cid Gomes/PSB. O principal fato positivo foi o empoderamento da categoria diante dos seus algozes e a disposição de lutar com unhas e dentes em defesa da educação pública.

Minutos antes da manifestação de terça-feira o comando de greve foi informado pela APEOC de uma negociação com o governo na terça pela manhã. Nossa posição era de que após o desgaste nacional e internacional gerado pela repressão aos professores na quinta (30/09), o governo se proporia a retirar a tabela proposta condicionando ao fim da greve. Mas a oligarquia Ferreira Gomes exigiu o retorno imediato a sala de aula para abrir as negociações.

Na quarta-feira (05/10), se iniciou o bombardeio midiático do governo Cid Gomes na mídia televisiva de modo a fazer com que o movimento grevista perdesse o apoio da população. É fundamental que independente da continuidade ou não da greve, o sindicato dê uma resposta aos ataques midiáticos, pois o que está em jogo é a moral dessa categoria que tanto se dispôs para a luta.

As propostas de tabelas e a negociação com a “faca no pescoço”

Na quarta-feira surgiu a proposta de uma tabela realizada pelo FUNDEB que apenas traria perdas de 66 reais para especialista, 449 reais para mestres e 670 para doutores, porém esta tabela foi rechaçada por ambas as partes na negociação de quinta feira.

A negociação com o Chefe de Gabinete Ivo Gomes/PSB e os parlamentares Izolda Cella/PT, Dep. Artur Bruno/PT, Dep. Lula Morais/PCdoB e o Comando de Greve teve inicio as 15:30 e foi encerrado as 21:30. Na porta do Palácio da Abolição foi realizado uma vigília de professores que permaneceu até a saída da comissão que estava negociando.

A negociação avançou no sentido de que a proposta aprovada pela Assembleia Legislativa no dia 29/09 não será utilizada como parâmetro. A comissão tentou pautar o escalonamento do Piso na atual carreira, porém o governo foi contra, afirmando que será discutido uma nova carreira para a categoria, porém sem informar os percentuais de interstícios, valorização da pós-graduação, descompressão da carreira, regência. Ou seja, migalhas que estão asseguradas, mas não se sabe os percentuais. Portanto, entendemos que a negociação ficou muito vaga apesar da tentativa do Comando de Greve de ser o mais objetivo possível.

Negociação só em greve

Nós, da Pró-Oposição Combativa na Educação (OCE), entendemos o que ocorreu ontem como mais uma enrolação do governo, demonstrando a indisposição em negociar os pontos centrais para por fim a greve do magistério estadual. Assim, compreendemos que só poderemos arrancar conquistas com uma negociação em greve, pois este é o único instrumento de pressão que governos e patrões entendem.

Nossa greve está em estágio ascendente. Ontem pela tarde foi realizada assembleia na região do Cariri com a presença de mais de uma centena de professores do Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Brejo Santo, Milagres, Missão Velha e Maurití. Na maioria das cidades a adesão a greve é de 100%, salvo Crato e Juazeiro que têm a adesão em 75%. Assim, nossa força do interior ainda está assegurada e devemos dar continuidade ao nosso movimento para arrancar mais conquistas.

Corremos o risco de que a APEOC nos abandone novamente como fez a um mês atrás onde não só defendia a suspensão da greve bem como implantava na categoria o terror do processo administrativo.

Devemos exigir a permanência do sindicato na luta da categoria, bem como uma propaganda na TV com o mesmo tempo de duração da propaganda do governo. Para assim explicar a sociedade que não retornamos para a sala de aula devido a posição intransigente do governo, de não negociar o central e tentar assassinar a atual carreira do magistério.

O que é a Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO:

A Pró-OCE pretende se constituir como uma tendência política e combativa na educação. Para continuar a luta durante e após a greve, dando organicidade as nossas demandas econômicas e políticas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo os vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve. Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legítimos espaços de luta como os zonais e a Rede de Zonais. E acima de tudo, uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado.

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Piso!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos
federal, estadual e municipal;
Construir uma Oposição Combativa na Educação!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Balanço da greve e da atual conjuntura da Educação no Ceará



A Pró-OCE pretende se constituir como uma tendência politica e combativa na educação. Para continuar a luta durante e após a greve, dando organicidade as nossas demandas econômicas e politicas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve.

Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legitimos espaços de luta como os zonais e a Rede de Zonais. E acima de tudo, uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado.

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Pioso!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias aos professores!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal!
Construir uma oposição combativa na educação!


Balanço da greve e atual conjuntura da educação no Ceará
Próximo encontro dia 15/10 as 9h na Faculdade de Educação-UFC
Av 13 de maio com Av Marechal Deodoro.

domingo, 25 de setembro de 2011

Comunicado nº 3 - Balanço prévio da atual greve dos professores estaduais

impulsionar os organismos de base, criar uma Oposição Combativa na Educação

Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Desde o dia 1º de agosto que os professores do Estado do Ceará estão em greve e na luta em defesa da aplicação da Lei do Piso e contra a destruição do PCC. Durante a greve ficou claro os interesses do Governo Cid/PSB em sucatear a educação pública via precarização das condições de trabalho dos educadores.

Essa é a mesma estratégia do governo federal Dilma/PT que cortou no início do ano mais de 3 Bilhões da educação. Essas medidas seguem os ditames do neoliberalismo internacional de aplicar políticas de austeridade, como os cortes de orçamento e congelamento salariais como maneira de jogar nas costas dos trabalhadores os efeitos da última crise econômica internacional.

A atual luta do magistério no Ceará passou por diversas fases. Podemos identificar como momentos importantes dessa luta a) o papel exercido pela direção governista da APEOC de barrar a greve desde seu início para não entrar em enfrentamento direto com o governo b) o papel anti-povo da justiça burguesa ao decretar ilegal a luta dos professores c) as declarações infames de Cid/PSB contra os professores, que reverteu o quadro de criminalização da luta para o de apoio popular de pais e estudantes d) o empenho da base de levar o sindicato e a categoria na manutenção da greve mesmo depois de decretada a ilegalidade e) o importante papel dos zonais na organização e mobilização da greve, independente da direção do sindicato, com a criação de fundos para a manutenção da greve f) as várias manifestações de rua dos professores com os estudantes e demais setores da educação, como o ato unificado do dia 16/08 com UFC/IFCE/secundaristas/universitários e as ocupações da Assembléia Legislativa g) o avanço da organização de base dos professores no momento de criação da rede de zonais.

Podemos afirmar que um dos saldos políticos positivos da greve de 2011 está sendo o papel ativo das organizações de base como os zonais e a rede de zonais. Não podendo esperar nada além de traições dessa direção, os professores desenvolveram as organizações de base. E isso só se realizou porque a base teve consciência do verdadeiro papel traidor e pelego que jogava a direção da APEOC. Direção essa ligada a CUT e ao PT, um dos principais partidos da base aliada do governo Cid/PSB.

Porem a luta ainda não acabou

A negociação arrancada na ultima manifestação na Assembléia Legislativa e conquistada devido a ocupação da mesma a contra gosto da APEOC, não só não avançou como retrocedeu. A proposta do governo é "apartar" a atual tabela entre nivel médio e nivel superior. Assim ele poderia cumprir o piso para o nivel médio e repercutiria na carreira de quem está nesta tabela, porem não teria repersussão na carreira do graduado e pós graduado. Assegurou 60% entre o nivel médio e o graduado, mas não tocou em como o piso repercutiria nos que tem a pós graduação.

O governo se propôs a reunificar as tabelas se houver verbas. Sabemos que a educação não é a prioridade para o governo Luizianne, Dilma ou Cid pois a prioridade é preparar o Brasil para a Copa2014, e nisso se gasta bilhões, de modo a melhor atender os turistas e barões que virão assistir a copa e precisam encontrar as cidades-sede sem resquício de miséria através de uma maquiagem social. Assim, nossa greve é também pela inversão da prioridade do governo. Ao invés de carros de luxo para a repressão, queremos educação de qualidade. Ao invés de VLT, queremos valorização do magistério.

É necessário continuar nossa greve, fortalecer ainda mais os zonais, continuar as visitas de conscientização nas escolas, e principalmente, que a base vá ao interior participar da dinâmica de lutas nas cidades onde existe uma maior pressão pelo poder politico local.

Para continuar a luta durante e após a greve é importante que nós, os professores de base demos organicidade as nossas demandas econômicas e políticas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo os vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve. Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legítimos espaços de luta como os zonais e a rede de zonais. E acima de tudo uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado através do imposto sindical e da carta sindical. 

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Piso!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal;
Construir uma Oposição Combativa na Educação!



CONVOCAMOS OS COMPANHEIROS DE LUTA DO MAGISTÉRIO PARA O ENCONTRO DA Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Dia: 1º de outubro (sábado)
Local: FACED/UFC (Campus do Benfica) sala 07
Hora: 9:00 hs

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Comunicado nº 02 - Mesmo a contra gosto da diretoria da APEOC, no dia 02/09 categoria vota pela continuidade da greve


Repressão no ato dos professores na marcha de 07 de setembro de 2011

Mesmo a contra gosto da diretoria da APEOC, no dia 02/09 categoria vota pela continuidade da greve

Mesmo após a decretação da ilegalidade da greve do magistério estadual, na assembleia do dia 02/09 os professores da rede estadual de ensino votaram pela continuidade da greve.

Mas por que continuar a greve? Pelo que lutam os professores?


Decidimos continuar a greve pois os termos apresentados pelo governo não dizem nada. O governador Cid Gomes/PSB quer jogar a crise da falta de verba da educação, da Infraestrutura das escolas, no professor quando afirma “Suspendam a greve que abro o orçamento da educação para que em processo de negociação verificar o que poderá ser aplicado a mais com o pagamento de professores”. 

Ainda que tenhamos tido avanços da reunião com o CID(25/08) para a reunião com o IVO Gomes(01/09), no que concerne a alguma possibilidade de aumento de verbas para a educação e pagamento de profissionais, essa possibilidade ficou muito frouxa. Não é obrigação dos professores decidirem de onde tirar dinheiro para complementar o piso, mas é obrigação do governo a efetivação do piso salarial na referencia nível 1 com repercussão na atual carreira alem do 1/3 de hora-atividade extraclasse! Por isso lutamos. Quando exigimos isso, exigimos automaticamente que a prioridade dos gastos do governo seja com a educação e não com Hilux para a repressão, banheiros inexistentes ou a copa 2014 para os ricos.

O suposto Termo de Ajuste de Conduta (TAC) deve ser assinado pelo governador, mas não nos termos que estão postos. Ele deve se comprometer a) assinar o TAC com a categoria ainda em greve pois a greve é nosso único instrumento de pressão real; b) implementar o piso no nível 1 com repercussão na atual carreira; c) implementação do 1/3 de hora-atividade extra classe para que possamos elaborar aulas mais atrativas e com melhor aproveitamento; d) retratação publica pelas declarações vexatórias que envergonharam nacionalmente esta categoria aguerrida.

O TAC resolve nossos problemas? Acreditamos que não pois mesmo a diretoria da APEOC não sabe quais são as implicações para o governador caso ele o assine e não o cumpra. Assim somente podemos contar com as nossas forças para arrancar a vitória na marra, dobrando este governador que desrespeita o povo e o funcionalismo publico.

A direção da APEOC é obrigada a avançar!

Estava claro a posição da diretoria da APEOC de suspender a greve nas assembleias do dia 26/08 e 02/09, inclusive através dos textos entregues na entrada da assembleia, “UM PASSO ATRÁS, DOIS PASSOS A FRENTE”  bem como a “Mensagem do presidente à categoria!” deixam bem claro a posição da APEOC de suspender a greve naquele momento, e caso tivéssemos feito isso não teríamos realizado as vitoriosas manifestações que garantiram mais notoriedade midiática nem arrancado a ultima negociação com o governo, tampouco teríamos colocado-o em xeque na opinião publica.

Existe agora um discurso muito perigoso vindo da diretoria do sindicato APEOC, de que se quer a “greve pela greve”, quando exigimos a permanência da greve pois entendemos que somente este instrumento de pressão irá nos trazer a vitória.

A greve só caminhará para a vitória com unidade entre os setores da educação

Mesmo que a greve não seja a mais longa da categoria, até agora, certamente é uma das mais importantes da história dos docentes no Estado do Ceará. Bravamente os professores seguiram um caminho comumente inverso nas greves dos setores em Educação, crescendo cada vez mais.

Isso ocorreu porque a) a base tem empurrado a direção para a luta e b) a greve ocorre ascendentemente, crescendo cada vez mais durante as assembleias e atos. Isso é possível devido a  explicação dos motivos da nossa greve junto a opinião pública, a greve em defesa da educação; c) devido a organização e mobilização dos zonais, órgãos de base que tem sido junto com as assembleias massivas o verdadeiro poder do movimento e d) pelos representantes eleitos nos zonais que participam, junto com a burocracia da APEOC do Comando de Greve, polarizando com a diretoria sobre os rumos do movimento.

No inicio da greve a criminalização da mídia e as frases hostis do governador Cid Gomes à categoria geraram um efeito reverso. Ao invés de jogar o povo contra os professores e amedrontar a categoria, essa se viu cada vez mais fortalecida com o ímpeto moral de dar uma resposta massiva ao governo e dessa forma o povo cada vez mais se vê ao lado dos professores. As declarações pejorativas junto com a forte mobilização da categoria reverteu a posição defensiva e superou a criminalização feita pela mídia burguesa.

Esse apoio do povo foi fundamental assim como o apoio de outras categorias. Os setores em educação como Servidores da UFC em greve, os servidores do IFCE também em greve e os estudantes secundaristas e universitários. A resposta moral aos ataques do Governador e a unidade com os setores da educação foi indispensável para superar o economicismo e reivindicar uma luta contra o Governador Cid Gomes e em defesa da Educação.

A ocupação da Assembleia Legislativa!

A manifestação do dia 01/09 mostra a unidade entre setores. Professores do estado, estudantes da rede pública, estudantes da UFC e UECE servidores públicos, entre outros ocuparam a Assembleia Legislativa do estado do Ceará em defesa da educação. Houve enfrentamento com a policia e alguns professores foram agredidos, porem entendemos que a baderna foi realizada pela policia que partiu para a agressão e não pelos estudantes e professores. Ainda assim permanecemos na Assembleia Legislativa puxando palavras de ordem que animaram as massas e estimularam a permanência no local. Porem o fato da ocupação não ter sido amadurecida no comando de greve fez com que a APEOC não garantisse a estrutura necessária (almoço e janta) para os guerreiros que se dispuseram a permanecer. Apesar disso essa ocupação que gerou a grande repercussão na mídia e garantiu outra negociação na mesma noite com o chefe de gabinete, Ivo Gomes. 

É importante lembrar que a entrada na Assembleia Legislativa e a ocupação aconteceram a contra gosto da diretoria da APEOC que tinha como objetivo fazer um ato do lado de fora da Assembleia.

A preparação e o desfecho do sete de setembro!

No dia 05/09 houve a reunião do comando de greve para preparar a manifestação do dia 07/09. Coincidentemente todos os zonais deliberaram uma manifestação no desfile militar, porem apenas a diretoria da APEOC não quis votar a deliberação com base no argumento de que não havia confiança politica devido ao fato da diretoria ter perdido o controle da ultima manifestação(01/09) gerando assim um amplo sentimento de revolta pelos representantes de zonais e uma pressão massiva sobre a diretoria sindical.

A CSP-Conlutas apresentou uma amorfa proposta de “consenso” que feria a proposta de todos os zonais, proposta essa que resultou no ato da APEOC cujo ponto de encontro seria na avenida da abolição. Outra parte preocupante da proposta da CSP-Conlutas era sobre o desfile militar. A proposta da Central era que não entrássemos no desfile militar. Mas esta não era a proposta que foi acordada em todos os zonais? Entendemos assim que a CSP-Conlutas hoje evita o embate com a diretoria CUTista da APEOC não por um desvio local da sua politica, mas uma característica nacional onde a CSP-Conlutas se encontra fechando chapas sindicais com os governistas da CUT e CTB. Assim a CSP-Conlutas que rompeu com a CUT volta a andar de braços dados com o governismo.

O que ocorreu de fato foi que após o fim do ato da APEOC um grande numero de professoras e professores caminhavam para o desfile militar. Esta manifestação foi a que mais repercutiu positivamente na mídia. Assim os zonais estavam corretos em defender com unhas e dentes sua proposta. Os professores entraram no desfile militar, encaramos por duas vezes a tropa de choque da PM mas conseguimos chegar ao palanque do governo. Durante a caminhada a população aplaudia e gritava nossas palavras de ordem demonstrando total apoio e afirmando que a luta em defesa da educação é da sociedade.

Soubemos que no Crato e Russas também foram realizadas manifestações no desfile militar do Sete de Setembro. Em Juazeiro do Norte os professores foram barrados pelo Choque da Guarda Municipal que não permitiu que entrassem no desfile, porem a pressão popular foi maior e fizeram o Choque recuar.

Preparar o fundo de greve e a unidade entre setores; Caminhar para a vitória!

Está claro que a diretoria da APEOC desmonta a greve no interior e tenta criar o clima de “fim de festa” no seu site e na organização da greve. Cabe agora organizarmos o fundo de greve, encaminharmos os Outdoors na capital e no interior para iniciarmos o desgaste politico de Cid Gomes garantindo assim outra rodada de negociação onde colocaremos nossos termos que não abrimos mão. Implementação imediata do piso salarial com repercussão na atual carreira e 1/3 para planejamento!

Sabemos que em Limoeiro do Norte os professores do estado bem como os do IFCE que também estão em greve realizam atividades conjuntamente. É importante ressaltar que a luta pela dignidade do profissional da educação é uma só. Devemos unir forças em defesa da valorização da educação com os setores que estão em luta!

-Implementação do piso no nível 1 da atual carreira com repercussão;
-Garantia da implementação do 1/3 de atividade extra classe;
-Realização de concursos públicos para a educação;
-Impulsionar os zonais como organismos de base;
-Por uma greve organizada pelo comando de greve e não pela burocracia da APEOC;
-Combater as burocracias governistas da APEOC e SINDIUTE;
-Unidade entre os trabalhadores da Educação: técnico-administrativos, professores e terceirizados;
-Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários;
-Unidade entre trabalhadores e estudantes;
-Contra o corte de 3,1 Bi na Educação do governo Dilma/PT;
-Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal;

Venha construir a Pró Oposição Combativa na Educação



CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DA PRÓ OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Sábado (10/09)
Debate: 
SINDICALISMO DE GOVERNO NA GREVE UNIFICADA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO CEARÁ EM 2009 
com Rafael (Coletivo Pedagogia em Luta/RECC) 
as 8h na Faced-UFC (Av. 13 de maio) 
Sala 7

Quarta (14/09)
Vídeo/Debate: 
Filme - Braços Cruzados Máquinas Paradas 
no CH da UECE (Av. Luciano Carneiro) 
as 16:45h 
sala de vídeo/laboratório 3