domingo, 25 de setembro de 2011

Comunicado nº 3 - Balanço prévio da atual greve dos professores estaduais

impulsionar os organismos de base, criar uma Oposição Combativa na Educação

Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Desde o dia 1º de agosto que os professores do Estado do Ceará estão em greve e na luta em defesa da aplicação da Lei do Piso e contra a destruição do PCC. Durante a greve ficou claro os interesses do Governo Cid/PSB em sucatear a educação pública via precarização das condições de trabalho dos educadores.

Essa é a mesma estratégia do governo federal Dilma/PT que cortou no início do ano mais de 3 Bilhões da educação. Essas medidas seguem os ditames do neoliberalismo internacional de aplicar políticas de austeridade, como os cortes de orçamento e congelamento salariais como maneira de jogar nas costas dos trabalhadores os efeitos da última crise econômica internacional.

A atual luta do magistério no Ceará passou por diversas fases. Podemos identificar como momentos importantes dessa luta a) o papel exercido pela direção governista da APEOC de barrar a greve desde seu início para não entrar em enfrentamento direto com o governo b) o papel anti-povo da justiça burguesa ao decretar ilegal a luta dos professores c) as declarações infames de Cid/PSB contra os professores, que reverteu o quadro de criminalização da luta para o de apoio popular de pais e estudantes d) o empenho da base de levar o sindicato e a categoria na manutenção da greve mesmo depois de decretada a ilegalidade e) o importante papel dos zonais na organização e mobilização da greve, independente da direção do sindicato, com a criação de fundos para a manutenção da greve f) as várias manifestações de rua dos professores com os estudantes e demais setores da educação, como o ato unificado do dia 16/08 com UFC/IFCE/secundaristas/universitários e as ocupações da Assembléia Legislativa g) o avanço da organização de base dos professores no momento de criação da rede de zonais.

Podemos afirmar que um dos saldos políticos positivos da greve de 2011 está sendo o papel ativo das organizações de base como os zonais e a rede de zonais. Não podendo esperar nada além de traições dessa direção, os professores desenvolveram as organizações de base. E isso só se realizou porque a base teve consciência do verdadeiro papel traidor e pelego que jogava a direção da APEOC. Direção essa ligada a CUT e ao PT, um dos principais partidos da base aliada do governo Cid/PSB.

Porem a luta ainda não acabou

A negociação arrancada na ultima manifestação na Assembléia Legislativa e conquistada devido a ocupação da mesma a contra gosto da APEOC, não só não avançou como retrocedeu. A proposta do governo é "apartar" a atual tabela entre nivel médio e nivel superior. Assim ele poderia cumprir o piso para o nivel médio e repercutiria na carreira de quem está nesta tabela, porem não teria repersussão na carreira do graduado e pós graduado. Assegurou 60% entre o nivel médio e o graduado, mas não tocou em como o piso repercutiria nos que tem a pós graduação.

O governo se propôs a reunificar as tabelas se houver verbas. Sabemos que a educação não é a prioridade para o governo Luizianne, Dilma ou Cid pois a prioridade é preparar o Brasil para a Copa2014, e nisso se gasta bilhões, de modo a melhor atender os turistas e barões que virão assistir a copa e precisam encontrar as cidades-sede sem resquício de miséria através de uma maquiagem social. Assim, nossa greve é também pela inversão da prioridade do governo. Ao invés de carros de luxo para a repressão, queremos educação de qualidade. Ao invés de VLT, queremos valorização do magistério.

É necessário continuar nossa greve, fortalecer ainda mais os zonais, continuar as visitas de conscientização nas escolas, e principalmente, que a base vá ao interior participar da dinâmica de lutas nas cidades onde existe uma maior pressão pelo poder politico local.

Para continuar a luta durante e após a greve é importante que nós, os professores de base demos organicidade as nossas demandas econômicas e políticas através da criação de uma Oposição Combativa na Educação, reunindo os vários lutadores que surgiram e ressurgiram nessa atual greve. Uma Oposição de base que possa defender a importância e a permanência dos legítimos espaços de luta como os zonais e a rede de zonais. E acima de tudo uma Oposição não só a direção da APEOC, mas que ponha em cheque a atual estrutura de sindicalismo de Estado que vigora no Brasil, estrutura que limita a independência dos trabalhadores ao tornar o sindicato um ramo do aparelho de Estado através do imposto sindical e da carta sindical. 

Contra a destruição do PCC e pela implementação imediata da Lei do Piso!
Criar o fundo de greve!
Contra o PNE neoliberal!
Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários!
Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal;
Construir uma Oposição Combativa na Educação!



CONVOCAMOS OS COMPANHEIROS DE LUTA DO MAGISTÉRIO PARA O ENCONTRO DA Pró-OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Dia: 1º de outubro (sábado)
Local: FACED/UFC (Campus do Benfica) sala 07
Hora: 9:00 hs

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