sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Comunicado nº 02 - Mesmo a contra gosto da diretoria da APEOC, no dia 02/09 categoria vota pela continuidade da greve


Repressão no ato dos professores na marcha de 07 de setembro de 2011

Mesmo a contra gosto da diretoria da APEOC, no dia 02/09 categoria vota pela continuidade da greve

Mesmo após a decretação da ilegalidade da greve do magistério estadual, na assembleia do dia 02/09 os professores da rede estadual de ensino votaram pela continuidade da greve.

Mas por que continuar a greve? Pelo que lutam os professores?


Decidimos continuar a greve pois os termos apresentados pelo governo não dizem nada. O governador Cid Gomes/PSB quer jogar a crise da falta de verba da educação, da Infraestrutura das escolas, no professor quando afirma “Suspendam a greve que abro o orçamento da educação para que em processo de negociação verificar o que poderá ser aplicado a mais com o pagamento de professores”. 

Ainda que tenhamos tido avanços da reunião com o CID(25/08) para a reunião com o IVO Gomes(01/09), no que concerne a alguma possibilidade de aumento de verbas para a educação e pagamento de profissionais, essa possibilidade ficou muito frouxa. Não é obrigação dos professores decidirem de onde tirar dinheiro para complementar o piso, mas é obrigação do governo a efetivação do piso salarial na referencia nível 1 com repercussão na atual carreira alem do 1/3 de hora-atividade extraclasse! Por isso lutamos. Quando exigimos isso, exigimos automaticamente que a prioridade dos gastos do governo seja com a educação e não com Hilux para a repressão, banheiros inexistentes ou a copa 2014 para os ricos.

O suposto Termo de Ajuste de Conduta (TAC) deve ser assinado pelo governador, mas não nos termos que estão postos. Ele deve se comprometer a) assinar o TAC com a categoria ainda em greve pois a greve é nosso único instrumento de pressão real; b) implementar o piso no nível 1 com repercussão na atual carreira; c) implementação do 1/3 de hora-atividade extra classe para que possamos elaborar aulas mais atrativas e com melhor aproveitamento; d) retratação publica pelas declarações vexatórias que envergonharam nacionalmente esta categoria aguerrida.

O TAC resolve nossos problemas? Acreditamos que não pois mesmo a diretoria da APEOC não sabe quais são as implicações para o governador caso ele o assine e não o cumpra. Assim somente podemos contar com as nossas forças para arrancar a vitória na marra, dobrando este governador que desrespeita o povo e o funcionalismo publico.

A direção da APEOC é obrigada a avançar!

Estava claro a posição da diretoria da APEOC de suspender a greve nas assembleias do dia 26/08 e 02/09, inclusive através dos textos entregues na entrada da assembleia, “UM PASSO ATRÁS, DOIS PASSOS A FRENTE”  bem como a “Mensagem do presidente à categoria!” deixam bem claro a posição da APEOC de suspender a greve naquele momento, e caso tivéssemos feito isso não teríamos realizado as vitoriosas manifestações que garantiram mais notoriedade midiática nem arrancado a ultima negociação com o governo, tampouco teríamos colocado-o em xeque na opinião publica.

Existe agora um discurso muito perigoso vindo da diretoria do sindicato APEOC, de que se quer a “greve pela greve”, quando exigimos a permanência da greve pois entendemos que somente este instrumento de pressão irá nos trazer a vitória.

A greve só caminhará para a vitória com unidade entre os setores da educação

Mesmo que a greve não seja a mais longa da categoria, até agora, certamente é uma das mais importantes da história dos docentes no Estado do Ceará. Bravamente os professores seguiram um caminho comumente inverso nas greves dos setores em Educação, crescendo cada vez mais.

Isso ocorreu porque a) a base tem empurrado a direção para a luta e b) a greve ocorre ascendentemente, crescendo cada vez mais durante as assembleias e atos. Isso é possível devido a  explicação dos motivos da nossa greve junto a opinião pública, a greve em defesa da educação; c) devido a organização e mobilização dos zonais, órgãos de base que tem sido junto com as assembleias massivas o verdadeiro poder do movimento e d) pelos representantes eleitos nos zonais que participam, junto com a burocracia da APEOC do Comando de Greve, polarizando com a diretoria sobre os rumos do movimento.

No inicio da greve a criminalização da mídia e as frases hostis do governador Cid Gomes à categoria geraram um efeito reverso. Ao invés de jogar o povo contra os professores e amedrontar a categoria, essa se viu cada vez mais fortalecida com o ímpeto moral de dar uma resposta massiva ao governo e dessa forma o povo cada vez mais se vê ao lado dos professores. As declarações pejorativas junto com a forte mobilização da categoria reverteu a posição defensiva e superou a criminalização feita pela mídia burguesa.

Esse apoio do povo foi fundamental assim como o apoio de outras categorias. Os setores em educação como Servidores da UFC em greve, os servidores do IFCE também em greve e os estudantes secundaristas e universitários. A resposta moral aos ataques do Governador e a unidade com os setores da educação foi indispensável para superar o economicismo e reivindicar uma luta contra o Governador Cid Gomes e em defesa da Educação.

A ocupação da Assembleia Legislativa!

A manifestação do dia 01/09 mostra a unidade entre setores. Professores do estado, estudantes da rede pública, estudantes da UFC e UECE servidores públicos, entre outros ocuparam a Assembleia Legislativa do estado do Ceará em defesa da educação. Houve enfrentamento com a policia e alguns professores foram agredidos, porem entendemos que a baderna foi realizada pela policia que partiu para a agressão e não pelos estudantes e professores. Ainda assim permanecemos na Assembleia Legislativa puxando palavras de ordem que animaram as massas e estimularam a permanência no local. Porem o fato da ocupação não ter sido amadurecida no comando de greve fez com que a APEOC não garantisse a estrutura necessária (almoço e janta) para os guerreiros que se dispuseram a permanecer. Apesar disso essa ocupação que gerou a grande repercussão na mídia e garantiu outra negociação na mesma noite com o chefe de gabinete, Ivo Gomes. 

É importante lembrar que a entrada na Assembleia Legislativa e a ocupação aconteceram a contra gosto da diretoria da APEOC que tinha como objetivo fazer um ato do lado de fora da Assembleia.

A preparação e o desfecho do sete de setembro!

No dia 05/09 houve a reunião do comando de greve para preparar a manifestação do dia 07/09. Coincidentemente todos os zonais deliberaram uma manifestação no desfile militar, porem apenas a diretoria da APEOC não quis votar a deliberação com base no argumento de que não havia confiança politica devido ao fato da diretoria ter perdido o controle da ultima manifestação(01/09) gerando assim um amplo sentimento de revolta pelos representantes de zonais e uma pressão massiva sobre a diretoria sindical.

A CSP-Conlutas apresentou uma amorfa proposta de “consenso” que feria a proposta de todos os zonais, proposta essa que resultou no ato da APEOC cujo ponto de encontro seria na avenida da abolição. Outra parte preocupante da proposta da CSP-Conlutas era sobre o desfile militar. A proposta da Central era que não entrássemos no desfile militar. Mas esta não era a proposta que foi acordada em todos os zonais? Entendemos assim que a CSP-Conlutas hoje evita o embate com a diretoria CUTista da APEOC não por um desvio local da sua politica, mas uma característica nacional onde a CSP-Conlutas se encontra fechando chapas sindicais com os governistas da CUT e CTB. Assim a CSP-Conlutas que rompeu com a CUT volta a andar de braços dados com o governismo.

O que ocorreu de fato foi que após o fim do ato da APEOC um grande numero de professoras e professores caminhavam para o desfile militar. Esta manifestação foi a que mais repercutiu positivamente na mídia. Assim os zonais estavam corretos em defender com unhas e dentes sua proposta. Os professores entraram no desfile militar, encaramos por duas vezes a tropa de choque da PM mas conseguimos chegar ao palanque do governo. Durante a caminhada a população aplaudia e gritava nossas palavras de ordem demonstrando total apoio e afirmando que a luta em defesa da educação é da sociedade.

Soubemos que no Crato e Russas também foram realizadas manifestações no desfile militar do Sete de Setembro. Em Juazeiro do Norte os professores foram barrados pelo Choque da Guarda Municipal que não permitiu que entrassem no desfile, porem a pressão popular foi maior e fizeram o Choque recuar.

Preparar o fundo de greve e a unidade entre setores; Caminhar para a vitória!

Está claro que a diretoria da APEOC desmonta a greve no interior e tenta criar o clima de “fim de festa” no seu site e na organização da greve. Cabe agora organizarmos o fundo de greve, encaminharmos os Outdoors na capital e no interior para iniciarmos o desgaste politico de Cid Gomes garantindo assim outra rodada de negociação onde colocaremos nossos termos que não abrimos mão. Implementação imediata do piso salarial com repercussão na atual carreira e 1/3 para planejamento!

Sabemos que em Limoeiro do Norte os professores do estado bem como os do IFCE que também estão em greve realizam atividades conjuntamente. É importante ressaltar que a luta pela dignidade do profissional da educação é uma só. Devemos unir forças em defesa da valorização da educação com os setores que estão em luta!

-Implementação do piso no nível 1 da atual carreira com repercussão;
-Garantia da implementação do 1/3 de atividade extra classe;
-Realização de concursos públicos para a educação;
-Impulsionar os zonais como organismos de base;
-Por uma greve organizada pelo comando de greve e não pela burocracia da APEOC;
-Combater as burocracias governistas da APEOC e SINDIUTE;
-Unidade entre os trabalhadores da Educação: técnico-administrativos, professores e terceirizados;
-Contra todas as represarias a professores efetivos e temporários;
-Unidade entre trabalhadores e estudantes;
-Contra o corte de 3,1 Bi na Educação do governo Dilma/PT;
-Construir a greve geral na educação para barrar os ataques dos governos federal, estadual e municipal;

Venha construir a Pró Oposição Combativa na Educação



CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DA PRÓ OPOSIÇÃO COMBATIVA NA EDUCAÇÃO

Sábado (10/09)
Debate: 
SINDICALISMO DE GOVERNO NA GREVE UNIFICADA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO CEARÁ EM 2009 
com Rafael (Coletivo Pedagogia em Luta/RECC) 
as 8h na Faced-UFC (Av. 13 de maio) 
Sala 7

Quarta (14/09)
Vídeo/Debate: 
Filme - Braços Cruzados Máquinas Paradas 
no CH da UECE (Av. Luciano Carneiro) 
as 16:45h 
sala de vídeo/laboratório 3

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